A Guide Investimentos, no relatório diário desta terça-feira destacou alguns eventos corporativos que pesaram nos desempenhos do papéis. Selecionamos alguns, como a BR Distribuidora recebendo R$35,5 milhões da Eletrobras e a Embraer em busca de parceiras.
BR Distribuidora
A BR Distribuidora informou ter recebido da Eletrobras a 25ª parcela da negociação de dívida da Eletrobras. O valor da parcela é de R$35,5 milhões, mas, desde a assinatura dos Instrumentos de Confissão de Dívidas (ICD), ot otal já chega a R$4,4 bilhões.
Impacto: “Marginalmente positivo. O recebimento das parcelas devidas (por mais que não seja um valor fortemente expressivo) é positivo para a BR Distribuidora, pois reforça sua posição de liquidez durante a crise.
Embraer e Boeing
A Embraer antes pretendia adquirir 80% da divisão de avião comercial da Boeing. Com parceria fracassada, a Embraer agora procura novas, de menor dimensão. O acordo com a Boeing traria uma série de sinergias para ambas as companhias competirem com a europeia Airbus, levou a indústria global a outro patamar após comprar a linha de aviação comercial da Bombardier.
Agora, a Embraer está apostando em seu portfólio de jatos regionais e executivos e no histórico de inovação para seguir no jogo sem um parceiro com o porte da companhia americana. A análise de possíveis parcerias está sendo feita à partir da elaboração do plano estratégico de cinco anos da divisão de jatos comerciais.
No final de abril, já estavam circulando notícias sobre uma potencial parceria entre a Embraer e a estatal chinesa Comac – a companhia brasileira já teve uma experiência de produção na China, com o jato Legacy 650. Na última semana, empresas russas e indianas também foram citadas entre as interessadas em uma aliança com a brasileira.
Impacto: “Positivo. Depois do fracasso de sua parceria com a Boeing, a Embraer agora pensa em parcerias mais simples, mas que ao mesmo tempo também consigam trazer a ela sinergia a partir da combinação de negócios. O interesse de companhas chinesas, russas e indianas demonstrado nos últimos dias, já conseguiu gerar o tom mais positivo para os papéis da companhia.”
Petrobras:
A decisão da Petrobras em divulgar o teaser sobre a venda de fatia de sua participação em blocos exploratórios pertencentes a cinco concessões localizados na Bacia do Espírito Santo também é positiva. As concessões foram adquiridas em 2013 e agora estão em seu primeiro período exploratório. O presidente da companhia, Roberto Castello Branco, disse que a empresa não deverá buscar ajuda do governo para a retomada de suas operações, em meio à crise desencadeada pela COVID-19. Ele também afirmou que a estatal conseguiu criar um “estoque de liquidez” para sobreviver a um cenário de preços baixos, em níveis próximos a US$ 20 o barril.
Impacto: “Positivo. A venda de fatias de participação da empresa nos blocos exploratórios vai em linha com sua estratégia de desinvestimento em ativos não estratégicos. Ainda, o presidente a cia afirmou que ela já está recuperando as grandes quedas nastaxas de utilização do parque de refino.”
Mais: O conselho de administração da Petrobras aprovou uma mudança na política interna da estatal, para aumentar as indicações de profissionais de fora da empresa para seu alto comando. Com a medida, ocorre um aumento de 30% para 40% a proporção máxima de gestores oriundos do mercado nas gerências-executivas ligadas diretamente às diretorias da companhia. A empresa justificou, através de uma nota, que a mudança possibilitará que uma parcela maior de gestores da Petrobrasseja oriunda do setor privado.
Setor de Açúcar e Etanol:
A Organização Internacional do Açúcar (OIA) divulgou nova previsão, com déficit de 9,290 milhões de toneladas da commodity na safra 2019/20. O volume é um pouco menor que o apresentado em fevereiro, de 9,435 milhões de toneladas, mas, ainda assim, será o maior déficit em 11 anos. Segundo a entidade, as estatísticas não incluem provisões para o impacto da covid-19. A mudança nas estimativas se deve ao aumento da produção no Brasil, o que compensaria a oferta menor do que projetada anteriormente na Tailândia e México.
Impacto: “Marginalmente positivo. Por mais que um menor déficit não seja positivo pro setor, o motivo que fez a OIA reduzir sua projeção foi o aumento na produção brasileira de açúcar, o que é favorável para as companhias brasileiras, tendo em vista que, se estão produzindo mais açúcar, estão produzindo menos etanol (produto este que sofreu pressão em seus preços devido a queda do petróleo). Logo, as companhias brasileiras estão migrando para um mix mais açucareiro.”