Em 2020, os títulos corporativos de dívida apresentaram a primeira queda no volume desde 2015. As emissões tiveram retração de 33,9%, de R$ 184,7 bilhões em 2019 para R$ 122,1 bilhões no ano passado. Deste volume, 67,1% foi destinado para capital de giro, refinanciamento de passivos e resgate de debêntures da emissão anterior.
As debêntures incentivadas, emitidas sob a Lei 12.431 e com isenção de imposto para pessoa física, tiveram recuo de 17,8% em relação ao ano anterior, de R$ 33,8 bilhões para R$ 27,8 bilhões, acompanhadas de redução no número de operações de 76 para 46 negócios.
Entre os compradores dos papéis, houve crescimento das instituições financeiras e demais ligadas à oferta, que passaram de R$ 40,6% para 64,5%, enquanto os fundos de investimento reduziram sua participação de R$ 48,8% para 23,4% do total ofertado. “O aumento da participação dos bancos comprando debêntures em oferta pública é um movimento que teve início no final de 2019 e que foi intensificado diante do momento de dúvida trazido pela pandemia. Entretanto, vale destacar que a demanda do mercado, principalmente pelos fundos de investimento, voltou aos poucos no segundo semestre do ano”, analisa José Eduardo Laloni, vice-presidente da ANBIMA, (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Outros investimentos de renda fixa
Os CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) também alcançaram maior volume da série histórica, com R$ 15,0 bilhões em 2020. O resultado reflete alta de 20,1% frente aos R$ 12,5 bilhões de 2019.
Os demais produtos tiveram quedas de volume na mesma base de comparação. Os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) foram de R$ 17,2 bilhões para R$ 14,5 bilhões; as notas promissórias de R$ 36,6 bilhões para 21,9 bilhões; e os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) de R$ 40,2 bilhões para R$ 32,1 bilhões.